UNIFAL-MG recebe “1984 - Uma leitura musical' de Jucilene Buosi e Wolf Borges

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Por Niss Mendes

No dia 22 aconteceu a brilhante leitura musical de 1984 do compositor e dupliarticulista Wolf Borges com interpretação da cantora Jucilene Buosi e do pianista Diego Nogueira. O álbum “1984 – Uma leitura musical” tem inspiração na obra de George Orwell, o livro “1984”. Para debater as questões sobre o tema do livro e do musical, foram convidados cinco professores da UNIFAL-MG, Eloésio dos Reis, Paulo Denisar, Carlos Tadeu, Marcelo Hornos e Gustavo Dias.
Os artistas procuram a divulgação da obra de Orwell com a finalidade de combater os perigos do duplipensamento em nossa sociedade. “Como artistas temos esse direito, pois o trabalho artístico, se não servir para instigar, para mover pessoas e peças, para que serve?” questiona Wolf. Ele diz ainda que é imensa a satisfação de divulgar o trabalho num “caldeirão em ebulição” que é o terreno da universidade, onde as ideias fluem com tanta paixão, traduz o compositor mineiro.
Marcelo e Tadeu fizeram breve relato sobre as questões que envolvem o livro como o “Big Brother”, que traduz exatamente a época a qual vivemos hoje, do temor da sociedade sobre o controle absoluto, lançando mão da tecnologia para manter os indivíduos sob olhar constante garantindo o comando da sociedade pelo “grande irmão”.
Após a magnífica interpretação da cantora Jucilene, aplaudida de pé pelo auditório lotado, os outros professores abriram discussão colocando seus pontos de vista sobre a obra. Eloésio lançou mão sobre algumas releituras que pregam o condicionamento como “Tempos Modernos” de Charles Chaplin e Admirável Mundo Novo, ambos da década de 30 que traduzem a inspiração para 1984.
Paulo e Gustavo fizeram seus discursos pautados na questão dos reality shows, ou seja do fim da privacidade, do controle absoluto  e do desejo do ser humano pela disputa, competição, concorrência que é demonstrada hoje pelo holandês Lars Von Endemol, criador do Big Brother moderno com inspiração no livro de George.

Sobre a obra “1984”

Sessenta anos após a publicação da obra-prima de Orwell, “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro”, essa primeira frase parece mais natural e atrativa que nunca. Mas quando vemos o manuscrito original, encontramos algo a mais: não tanto o toque de claridade, mas as correções obsessivas, em diferentes borrões de tinta, as quais revelam o tumulto extraordinário por trás da composição.
 Sendo provavelmente o romance definitivo do século XX, e uma história que permanece eternamente recente e contemporânea, cujos termos como “Big Brother”, “Duplipensar” e “Novilíngua” tornaram-se parte do cotidiano, “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro” foi traduzido para mais de 65 línguas e teve milhares de cópias vendidas pelo mundo, conferindo a George Orwell um lugar único no mundo literário.
 
"Orweliano" é agora um símbolo universal para qualquer coisa repressiva ou totalitária, e a história de Winston Smith, um homem comum para seus tempos, continua a ressoar para os leitores cujos medos do futuro são bem diferentes dos daquele de um escritor inglês, de meados dos anos 40.
 As circunstâncias que cercam o processo criativo de “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro” constroem um narrativa fantasmagórica que ajuda a explicar a desolação da distopia de Orwell. Ali estava um escritor inglês, desesperadamente doente, lutando sozinho contra os demônios de sua imaginação em uma casa escocesa localizada em meio aos resquícios da Segunda Guerra.
A ideia de “1984”, cujo título alternativo era “O Último Homem na Europa”, havia sido incubada na cabeça de Orwell desde a guerra civil espanhola. Esse romance, que tem algo da ficção diatópica de Yevgeny Zamyatin, “We”, provavelmente começou a adquirir uma forma definitiva durante o período de 1943 e 44, tempo no qual ele e sua esposa Eileen adotaram seu único filho, Richard. O próprio Orwell alegou ter se inspirado com a reunião dos líderes dos Aliados na Conferência de Tehran em 1944. Isaac Deutscher, um amigo, reportou que Orwell estava “convencido de que Stálin, Churchil e Roosevelt conscientemente traçaram um mapa para dividir o mundo” em Tehran.
*Retirado de www.duplipensar.net (com adaptações)

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