Aluna da UNIFAL-MG participa de escavações arqueológicas na Irlanda

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Mickaela Schwab Muniz está em Cashel há cerca de um mês, trabalhando como voluntária

 

Abadia do século XIII, fotografada pela aluna na Irlanda

 

Desde meados de junho, a aluna do 8º período do curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) da UNIFAL-MG, Mickaela Schwab Muniz, está na Irlanda trabalhando com escavações arqueológicas.

A oportunidade de participar do projeto Rathnadrinna Research fundado pela Royal Iris Academy na cidade irlandesa de Cashel, veio por indicação do professor de História Claudio Umpierre Carlan, que é orientador de seu trabalho de conclusão de curso sobre o tema “O Uso da Mitologia no Ensino de Ciências”, juntamente com a professora Célia Weigert, também do Instituto de Ciências Humanas e Letras.

Prof. Carlan recebeu um folder que recrutava voluntários para trabalhar nas escavações no lugar e enviou para a aluna, que não desperdiçou a chance de participar.

Em Chashel, a estudante contou por e-mail à Assessoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG, um pouco sobre sua rotina no local. “Minha rotina é acordar às 8h para estar no sítio arqueológico às 9h em ponto (eles são bem pontuais aqui). Nessas duas semanas, eu estive em diversos lugares na escavação, desde trabalhos mais pesados, abrindo o solo, até os mais leves, como peneirar a terra removida ou limpar os achados arqueológicos. Eles explicaram que fazem isso para que eu conheça todos os aspectos de uma escavação, para que eu realmente entenda, na prática, tudo que está acontecendo. Temos 3 intervalos por dia, em que tomamos chá no primeiro, almoçamos no segundo e jogamos Hurling (um esporte muito comum na Irlanda) no terceiro”, explica.

Segundo a aluna, além dela, outros 6 estudantes participam das escavações, mas por se tratar de um trabalho voluntário, há bastante rotatividade. “Os estudantes vieram da Áustria, EUA, Inglaterra, França e da própria Irlanda”, conta.

Comentando sobre o trabalho, Mickaela Schwab diz que é bem pesado na escavação e os supervisores trabalham tanto quanto os voluntários. “Nosso trabalho consiste em cavar, separar o material, catalogar, fotografar, peneirar, limpar, além de estarmos prontos para visitas às universidades, escolas primárias e secundárias, e excursões com arqueólogos aposentados, como na ocasião em que fomos com cerca de 15 senhores e senhoras (arqueólogos), para conhecer o frote de Cashel.”

Descobertas

“Até agora encontramos 3 diferentes épocas em nossa escavação. Uma moderna, em que foi encontrada uma bala de chumbo antiga e cerâmica relativamente moderna (cerca de 200 anos atrás), vidro, entre outras coisas. A outra consiste em uma época provavelmente medieval, que seria o forte de Rathnadrinna propriamente dito (a construção), em que foi encontrado um forno de pedra, além de diversas pedras que estão em uma disposição que se parece com uma construção. Além disso, há possibilidade de uma parte do sítio ser pré-histórico. Esse último foi detectado a partir da composição visual do solo, não com achados arqueológicos. Entretanto, foram encontrados fragmentos ósseos de um animal, que será usado para datar o local.”

Experiência Enriquecedora

Sua experiência... “Está sendo muito enriquecedora. Estou conhecendo pessoas de todo lugar do mundo, melhorando meu inglês exponencialmente e realmente aprendendo, na prática, como é a profissão do Arqueólogo, do Geofísico e de outros especialistas que também trabalham ali. Os supervisores são muito competentes e trabalham lado a lado com os voluntários."

Pesquisa para o TCC

“Creio que não só a passagem por Cashel, mas a passagem pela Irlanda enriquecerá meu TCC como um todo. Além de eu estar melhorando o meu inglês, o que possibilita que eu tenha acesso a livros em inglês com maior facilidade, tenho acesso às universidades daqui, como por exemplo, a de Cork, que é a melhor da Irlanda em se tratando de Arqueologia (que inclui matérias referentes aos povos Celtas, inclusive Mitologia e Literatura); e às bibliotecas, as quais podem ser usadas a meu favor no sentido de que muito dificilmente encontrarei os livros que existem aqui em qualquer outro lugar. A escavação em si não trata dos Celtas, nem de Mitologia em geral, que seria meu tema do TCC, mas meus colegas de trabalho e meus supervisores estudam ou estudaram essa área ou alguma área similar, e portanto, as informações obtidas, mesmo que em conversas informais, podem ser de grande utilidade para minha pesquisa.”

A volta de Mickaela está agendada para o dia 19/07/2012, mas ela pretende estender sua estada no país. “Creio que seria de bom proveito ficar um pouco mais”, encerra.

Por: Ana Carolina Araújo
Jornalista da Assessoria de Comunicação Social
Universidade Federal de Alfenas