Cineclube Universitário

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CINECLUBE - Unifal
Dias 17 e 24 de agosto de 2011
Auditório Central “Leão de Faria” – Entrada Franca
Horário: 14h30 às 17h30
Um novo *CONVITE: Aproximações entre literatura e cinema..
.

 

As diferenças entre textos literários e filmes neles apoiados são marcadas pelas historicidades específicas de cada linguagem: nenhum filme “repete” uma obra literária, nenhuma obra literária “repete” um filme, quer pelas diferenças de linguagem, quer pelo momento próprio de produção e circulação de cada um de seus resultados.

A literatura trabalha, quase sempre, com a palavra escrita como recurso único de elaboração (vamos esquecer, momentaneamente, a poesia visual ou material e as histórias em quadrinhos); e o cinema parte da imagem em movimento para incluir palavras, desde sua preparação até aos diálogos entre personagens ou às vozes narrativas nele presentes, mais outros sons – música, ambiente etc.

O cinema se relaciona muito freqüentemente, portanto, com a literatura. O cinema mais elaborado artisticamente transforma essa abordagem em reflexão profunda, porque mergulha com recursos de grande arte – razão sensível e expressiva – nas experiências humanas que aquela outra modalidade de grande arte elaborou verbalmente.

Seria tolice, então, comparar uma obra literária ao filme que se produziu a partir de seus termos. Sempre estaremos diante de obras diferentes. Nada garante que um grande texto resulte em um filme maior. E um livro medíocre pode ser transfigurado em grande cinema, se o diretor do filme tiver estatura para tanto.

Muito melhor será reafirmarmos a permanente necessidade de livros e filmes, ainda mais se forem grandes livros e grandes filmes. São suportes de pensar e sentir. São lugares de memória para quantos os lerem ou a eles assistirem. Um não substitui o outro, ao contrário do que jovens vestibulandos e seus professores supõem, quando assistem a filmes baseados em leituras obrigatórias – que tal pensar também em filmes obrigatórios em seus exames?

Prof. Ítalo Oscar Riccardi León
Instituto de Ciências Humanas e Letras - ICHL
Grupo de Pesquisa em Literatura, Linguagem e Outros Saberes
Linha de Pesquisa: Literatura e Cinema
Curso de Letras – DELETRAS - Unifal/MG

 

*O fragmento de texto que acompanha este CONVITE, faz parte de uma reflexão interessante proposta pelo Prof. Dr. Marcos Silva (FFLCH/USP) publicada em Literatura e Cinema, Vol. 4, de José Domingos de Brito (Novatec, 2007).

Programação

17/08
(4ª feira - tarde)

Horário
14h30 - 17h00
Exibição do Filme
(Papillon)
(USA, 1973, 150 min)
(Direção: Franklin J. Schaffner)

 

SINOPSE: Papillon é um filme baseado no livro autobiográfico e homônimo de Henri Charrière, escritor francês, cuja narrativa acontece na "Ilha do Diabo", por volta de 1930, a qual não é somente uma prisão: ela pode ser considerada um purgatório onde homens pagam por seus crimes sofrendo as maiores degradações e brutalidades. Localizada na Guiana Francesa, é um lugar cercado por uma floresta impenetrável e de onde é impossível que algum de seus prisioneiros consiga fugir. Henri Charrière (Steve McQueen) é conhecido como "Papillon" devido à tatuagem de uma borboleta que carrega em seu peito. Louis Dega (Dustin Hoffman) é seu companheiro, um prisioneiro frágil, intelectualizado e famoso falsário de quem se tornará amigo. Ininterruptamente, os dois trabalham em uma forma de fugir, pois o espírito de "Papillon" se recusa a ser corrompido pelo sistema selvagem, humilhante e desumano do sistema prisional.

24/08
(4ª feira- Tarde)
Horário
14h30 - 17h00
Exibição do Filme
O Homem de la Mancha
(Itália/USA, 1972, 132 min)
(Direção: Arthur Hiller)

 

SINOPSE: Durante a Inquisição, o escritor Miguel de Cervantes (Peter O’Toole) é preso como herege, por propagar pensamentos "subversivos". Jogado em um calabouço, ocupado também por ladrões e assassinos, é "julgado" pelos prisioneiros. Para se defender, conta a história de um homem que passa os dias e as noites lendo e só consegue ver a injustiça e a trapaça triunfarem. Ele se torna um cavaleiro errante, conhecido como Dom Quixote de La Mancha, que decide lutar contra as injustiças do mundo. Durante o “julgamento” Cervantes se transforma em Dom Quixote para poder fazer sua defensa. Sem dúvida, um filme para ser lembrado e resgatado para as gerações atuais considerando que se trata de um dos mais belos filmes humanitários já produzidos. Possui uma excelente música (The Impossible Dream, Dulcinea, entre outras), com uma ótima fotografia e sem esquecer o principal, seu enredo: D. Quixote luta incansavelmente por seus nobres ideais, mesmo sendo incompreendido pelos demais. A distância entre o idealismo e a loucura parece ser muito pequena. A história além de trazer belíssimas músicas e textos apuradíssimos, fala da justiça, amor e solidariedade.

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