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A reportagem "Finit 2016 incentiva diálogo entre academia e mercado" divulgada pela FAPEMIG recentemente, destacou os projetos inovadores selecionados na Mostra Inova Minas no mês de agosto, para participar da Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), que aconteceu de 09 a 13/11 em Belo Horizonte. Entre as pesquisas, está o trabalho “Realidade Virtual para o Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico” , desenvolvido pelo grupo de pesquisa em UroFisioterapia da UNIFAL-MG, sob a coordenação da professora Simone Botelho. Confira abaixo, a matéria na qual a professora fala sobre inovação.
Finit 2016 incentiva diálogo entre academia e mercado
Pesquisadores desenvolvem trabalhos de extrema relevância para a sociedade, mas como fazer para que os resultados cheguem ao público? Essa é uma das inquietações que tem incentivado o diálogo entre a academia e o mercado. Nesse sentido, quatro projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) foram selecionados durante a Mostra Inova Minas 2016, para participarem da Finit, de 09 a 13/11, no Expominas, em Belo Horizonte. Os pesquisadores envolvidos participaram de atividades, reuniões, encontros de negócios e workshops que integraram a programação do Encontro Itec e da Arena de Negócios.
Cada vez mais, o ambiente empreendedor e inovador deixa de ser temeroso para se tornar estratégico para potencializar o que é desenvolvido pelos pesquisadores. Sair dos muros dos laboratórios e mergulhar no universo de inovação, negócios e empreendedorismo ainda é um desafio. A professora da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Simone Botelho, é coordenadora do projeto que usa realidade aumentada para ajudar pacientes a fortalecer os músculos pélvicos e comenta: “Quando a gente chega se depara com o novo e, às vezes, há uma certa estranheza. Agora, no final, tenho a impressão semelhante a um mergulho, que no início pode assustar, mas depois que se perde o medo é possível ver a cada hora uma coisa diferente e não se quer mais sair do fundo do mar”, comenta.
Ir além dos muros institucionais é o objetivo da pesquisadora Karina Riciate, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que atua no projeto que criou um medidor de velocidade do vento com um custo dez vezes menor do mercado, com a mesma precisão. Além disso, tem o diferencial de oferecer uma análise e perspectiva para o cliente saber a viabilidade de oferecer energia eólica em determinadas regiões. “O que é produzido na universidade não pode ficar só lá, temos o compromisso de devolver para sociedade, em forma de resultado, todo o investimento em pesquisa”, acredita.
Reconhece-se também que é preciso avançar após o desenvolvimento de um novo protótipo. “Temos a ideia e o protótipo, mas é preciso avançar para ter parceiros para colocar o produto no mercado. Esse evento dá a oportunidade de conhecer novas tecnologias, novos conhecimentos e contatos com empresas e investidores”, comenta Fernando Augusto, coordenador do projeto Compensado de Borracha. Ele explica que o projeto surgiu a partir da demanda de destinar os resíduos oriundos da reciclagem de cabos elétricos. Visado abaixar os custos do processo, os pesquisadores buscaram outros materiais para produzir o compensado de borracha e criaram uma alternativa para o mercado de construção civil onde substituiria o compensado de madeira por um material de origem residual que tem características superiores.
Aliar boas ideias com pessoas interessadas em investir em novos mercados pode ser uma saída. Já imaginou um refrigerante que faz bem? Os pesquisadores da EPAMIG desenvolveram, a partir do resíduo da fabricação do queijo, uma bebida láctea gaseificada que tem extrato de luteína - um corante que faz efeito antioxidante, que se consumido regularmente ajuda na prevenção da mácula ocular. O pesquisador Gabriel Bastos, conta sobre a experiência no evento: “Eu acho que a Feira proporcionou que a gente apresentasse nosso trabalho para quem está buscando uma tecnologia diferente para investir. Propomos algo que não tem no mercado e fizemos contato com quem já atua no mercado. É um grande desafio. O pesquisador não é um vendedor, então, tivemos essa oportunidade aqui”, conclui.