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Discussão de poder marca a solenidade de abertura da II Semana de Letras de Alfenas e I Colóquio Nacional de Literatura
A II Semana de Letras de Alfenas e I Colóquio Nacional de Literatura “Linguagem e outros Saberes” acontece na UNIFAL-MG nos dias 22 a 26 de novembro de 2010. O evento presta homenagem aos 90 anos da escritora Clarisse Lispector, uma das maiores ficcionistas brasileiras do último século.
A solenidade de abertura contou com a presença do reitor da universidade, Paulo Márcio de Faria, do prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva, da secretária de educação e cultura de Alfenas, Aliene Eleonora de Carvalho, da representante do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICH), Fernanda Ribeiro, da coordenadora da semana, Aparecida Maria Nunes e de Wellington Ferreira Lima, coordenador do curso.
Em suas palavras iniciais o reitor salienta que embora a universidade seja, tradicionalmente, com cursos voltados para a área da saúde, o ICH demonstra resultados que comprovam sua eficiência em produzir grandes eventos e, principalmente, na formação de seus alunos. O prefeito de Alfenas pondera que a UNIFAL-MG está cada vez mais próxima da sociedade alfenense e que a prefeitura tem como pauta, em seu governo, a educação “Temos incentivado nossos alunos da rede pública a saborear o prazer da leitura e a comunhão com a UNIFAL-MG é fundamental para concretizar nosso sonho, que é de oferecer uma boa saúde intelectual”, completa o Luiz.
Literatura x Literatura de autoria feminina
Após o momento solene habitual foram chamados a fazer parte da mesa redonda a professora emérita da UFRJ e um dos ícones da literatura de autoria feminina, C.
A professora Parente evidenciou em sua fala as relações de poder e hierarquia existentes na nossa sociedade que evidenciam determinados grupos e excluem outros diversos como negros, homossexuais, além das mulheres. Segundo ela as mulheres são inferiorizadas, excluídas e isto foi mais evidente no momento durante as décadas de 60 e 70 quando eram realmente voltadas para as relações de poder que os homens impunham, não podendo exteriorizar seus verdadeiros desejos.
Em 85 quando o livro “Mulheres no espelho” em que a personagem se apaixona por um negro baiano, a escritora disse que sofreu vários preconceitos por conta da obra, sendo perseguida e inferiorizada pelas relações de poder da época.
O escritor Ruffato também acena para as relações de poder mostrando a forma como é adjetivada de “feminina” a literatura escrita por mulheres. “É imprescindível mostrar que o problema da adjetivação da literatura existe, e nós convivemos com essa discriminação, então, é necessário, que nós dentro do ambiente universitário, busquemos discutir e reivindicar uma LITERATURA com letra maiúscula e não uma “literatura de autoria feminina”, que serve apenas para inferiorizar”.