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Pesquisadores da Unifal-MG investigaram como mudanças no arranjo de compostos químicos afetam propriedades físico-químicas de fármacos usados no tratamento de doenças degenerativas
A forma como se arranjam os compostos químicos alteram suas propriedades físico-químicas, como o ponto de ebulição, fusão, solubilidade e refração da luz. Inclusive para substâncias que tenham exatamente a mesma fórmula molecular. A esse fênomeno dá-se o nome de variação polifórmica dos compostos químicos.
Diante disso, professores do Departamento de Química da Unifal-MG investigaram manifestações das formas polifórmicas cristalinas de medicamentos utilizados na prevenção e tratamento de doenças crônico-degenerativas, como o Mal de Alzheimer e o Mal de Parkinson.
O projeto foi financiado pela FAPEMIG dentro do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), iniciativa que busca apoiar estudos e pesquisas voltados para a promoção do desenvolvimento tecnológico em saúde, o fortalecimento da gestão e a maior eficiência do Sistema Único de Saúde. Mais do que saber qual a dinâmica das formas polimórficas, a pesquisa teve ainda o propósito de buscar novas variações das formas cristalinas desses medicamentos que fossem mais eficazes e propor uma metodologia de rotina para o controle de qualidade dos polimorfos de fármacos. Os resultados já obtidos mostraram que é possível verificar a qualidade de medicamentos e matérias-primas de fármacos por meio de um procedimento relativamente simples, de baixo custo e rápido.
O coordenador do trabalho e professor da Unifal, Antônio Carlos Doriguetto, explica que para executar o projeto, a equipe escolheu um grupo de 13 substâncias, de tipos e complexidades diferentes. Entre elas estão desde o mebendazol, um conhecido vermífugo usado contra vermes que atacam especialmente o sistema gastrointestinal, até a didanosina, substância usada no combate ao vírus HIV. Todas as amostras foram obtidas em indústrias farmacêuticas ou laboratórios.
Segundo Doriguetto, a novidade do estudo é investigar se essas técnicas são adequadas para a análise dos polimorfos tanto nos insumos farmacêuticos como no medicamento, uma vez que elas já são utilizadas para o mesmo fim com compostos de outras naturezas. O resultado foi positivo. O pesquisador conta que foi possível comprovar a eficácia do método e também produzir, em laboratório, outras formas de compostos como o mebendazol, a clortalidona e a ticlopidina.
com informações de Desireé Antônio, da Revista Minas faz Ciência, 41 ed.
Projeto: “Estudo de polimorfismo em fármacos para o controle de doenças crônico-degenerativas”
Modalidade: Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS)
Coordenador: Antônio Carlos Doriguetto
Valor: R$ 51.534,