Projeto de extensão propõe alternativas para geração de renda e preservação ambiental em pequenas propriedades rurais

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12 unidades experimentais foram implantadas em municípios com tradição leiteira no Sul de Minas

 

Prof. Marcelo Lacerda Rezende em visita a uma propriedade em outubro de 2012

Alunos do bacharelado em Geografia da UNIFAL-MG, docente, produtores rurais e técnicos da EMATER-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), fazem parte de um projeto de extensão que propõe alternativas para geração de renda e preservação ambiental em pequenas propriedades rurais.

Coordenado pelo Prof. Marcelo Lacerda Rezende, do Instituto de Ciências Exatas da Universidade, com apoio do técnico da EMATER-MG de Alfenas, Marcelo Rodrigues Martins, o projeto tem por objetivo, implantar unidades experimentais (UE’s) em municípios com tradição leiteira da região Sul de Minas, a fim de adaptar sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) para as realidades locais, recuperando áreas degradadas, intensificando a utilização das pastagens e implementando áreas de proteção em nascentes e, ou, vegetação ciliar.

De acordo com o coordenador, desde o início do projeto em 2011, com a implantação em 12 municípios, bons resultados já foram alcançados, como o reflorestamento de área com mudas de espécies nativas. “Em cada uma das unidades foram implantados dois hectares de piquetes e plantadas cerca de 500 mudas de eucalipto para o sistema ILPF, além de uma área de proteção a nascentes e, ou, margem de córrego. Essa área de proteção foi reflorestada com mudas de espécies nativas”, explica em entrevista por e-mail à Assessoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG, o pesquisador que atualmente se encontra nos Estados Unidos para o pós-doutorado.

Dias de Campo

O professor explica que também foram realizados quatro dias de campo nos municípios de Alterosa, Carmo do Rio Claro, Fortaleza de Minas e São João da Mata, com a participação de 138 produtores rurais. Na oportunidade, foram abordados temas como o histórico da propriedade e de implantação da unidade experimental, com participação do extensionista local e produtor; custos e estimativas de retorno econômico; conceitos e fundamentos da lavoura-pecuária-floresta e adubação desses sistemas de integração.

“A discussão com base em dados da propriedade local, que representa uma realidade vivida pelos produtores participantes do dia de campo, trouxe grande motivação para os envolvidos. Assim, foi possível perceber claramente que esse modelo de dias de campo permitiu maior interação dos agricultores e técnicos do município e vizinhos, tanto da EMATER-MG, quanto de cooperativas e autônomas com os temas essenciais ao êxito na atividade”, comenta, afirmando que neste ano de 2013, outros dias de campo serão realizados.

Benefícios para os produtores rurais

Compartilhando a experiência, Prof. Marcelo falou sobre os benefícios que o projeto levou aos produtores rurais, bem como a importância da parceria da UNIFAL-MG com a EMATER-MG. “O projeto trouxe benefício para os produtores rurais, criando e permitindo a utilização das áreas de proteção permanente, dentro dos limites impostos pela lei, gerando renda nas propriedades e permitindo a difusão de tecnologias apropriada para esses produtores. Para nós da UNIFAL-MG, além do trabalho com os produtores, o trabalho conjunto com a EMATER-MG foi muito importante. A EMATER é uma empresa criada para trabalhar com extensão, com muita experiência nessa área e com grande conhecimento da realidade dos produtores rurais.”

Na opinião do técnico da EMATER-MG, Marcelo Martins, o projeto desperta e incentiva os produtores rurais para a importância das questões ambientais. “A proteção de nascentes que resultam em produção de água, que é um bônus para toda sociedade, não pode ser ônus somente dos produtores. Então programas de fomento ajudam bastante. Com esse projeto patrocinado pela FAPEMIG, Instituto Estadual de Florestas - IEF, Viveiros de Mudas, UNIFAL-MG e EMATER-MG, buscamos mostrar aos produtores (os que recebem o benefício e os que vão lá ver depois nos dias de campo), que podem fazer mais com menos, ou seja, intensificar a produção em áreas de menor impacto, deixando ‘livres’ para a conservação ou recuperação, as áreas críticas (APP's - Áreas de Preservação Permanente).”

As unidades experimentais foram implantadas nas cidades de Alterosa, Boa Esperança, Carmo do Rio Claro, Elói Mendes, Córrego Fundo, Cristais, Elói Mendes, Fortaleza de Minas, Pratápolis, Santa Rita de Caldas, Serrania e São João da Mata, e a intenção é que além destas serem acompanhadas, as unidades se estendam também para outros municípios.

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, através do Edital de Apoio a Projetos de Extensão em Interface com a Pesquisa.

Por: Ana Carolina Araújo
Jornalista da Assessoria de Comunicação Social
Universidade Federal de Alfenas