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Prof. Jorge Kleber Chavasco recomenda não ingerir alimentos no quarto
Para falar sobre os perigos causados pelas bactérias de restos de alimentos que são ingeridos no quarto, o repórter Tiago Campos, do G1 Sul de Minas, entrevistou o professor do Instituto de Ciências Biomédicas da UNIFAL-MG, Jorge Kleber Chavasco, especialista em Microbiologia.
Na matéria, publicada na página do G1 no domingo, 03/03/2013, Prof. Jorge Kleber explica como a prática de comer bolachas e torradas em cima da cama, pode colaborar para a proliferação de bactérias e até mesmo de insetos que são atraídos pela matéria orgânica. O especialista ressalta que os micróbios causam infecções e podem prejudicar a saúde, sobretudo, de quem tem alergia respiratória.
"O mesmo alimento nosso, que é a matéria orgânica, é o mesmo alimento de ácaros, insetos e bactérias. O indivíduo que se alimenta na cama e dorme em cima de restos de comida ou manchas, com certeza terá companhia indesejada. É como dormir no chão da cozinha", afirma o professor.
Confira na íntegra:
Dormindo com o inimigo: alimentos na cama aumentam carga microbiana
Prática colabora para proliferação de insetos e bactérias.
'É como dormir no chão da cozinha', diz especialista em microbiologia.
Se você é dessas pessoas que costumam se alimentar enquanto está deitado na cama assistindo televisão, lendo um livro ou mexendo no notebook, cuidado: você pode estar em companhia de centenas de micróbios. A prática colabora para a proliferação de bactérias e até mesmo de insetos que são atraídos pela matéria orgânica.
O professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) Jorge Kleber Chavasco, especialista em microbiologia, não recomenda que alimentos sejam ingeridos no ambiente onde dormimos.
"O mesmo alimento nosso, que é a matéria orgânica, é o mesmo alimento de ácaros, insetos e bactérias. O indivíduo que se alimenta na cama e dorme em cima de restos de comida ou manchas, com certeza terá companhia indesejada. É como dormir no chão da cozinha", afirma o especialista.
A proliferação de bactérias afeta mais pessoas que se recuperam de alguma doença ou que têm alergia respiratória. Segundo Chavasco, atualmente 10% da população apresenta algum tipo de complicação respiratória.
"Essas bactérias causam infecções que podem prejudicar no tratamento de pessoas doentes, por isso a roupa de cama dos hospitais é trocada todos os dias. Pessoas alérgicas também são as mais prejudicadas por esses microorganismos que causam complicações", explica.
Ainda de acordo com o professor, quem come bolachas ou torradas na cama e dorme em cima de migalhas pode ser alvo de outro problema. As úlceras de decúbito, ou úlceras de pressão, são lesões cutâneas decorrentes de uma insuficiência do fluxo sanguíneo. "A pressão da migalha entre o corpo e o colchão, principalmente em regiões ósseas, pode causar uma úlcera de decúbito e acarretar em uma necrose", explica.
O especialista também atenta para quem tem costume de comer pipoca enquanto assiste a um filme, pega no controle remoto e depois leva a mão novamente ao alimento e à boca. "A mão é uma parte do corpo altamente transmissora de doenças. Por isso deve-se sempre lavá-las nessa situação. A capa protetora do controle remoto não é frescura, e sim uma medida de higiene", garante.
De acordo com Chavasco, as medidas de higiene são grandes aliadas e devem ser praticadas. "Nós passamos cerca de 8h por dia em nossas camas e por isso é um lugar que deve ser limpo", conclui.
Higiene no quarto
Segundo o especialista, deve-se evitar fazer refeições no quarto, mesmo que em uma escrivaninha ou mesa. Caso a pessoa se alimente no ambiente, objetos sujos como copos e pratos devem ser recolhidos para a cozinha. Revistas, jornais e livros também não devem ficar no quarto.
Para refeições na cozinha antes de dormir, Chavasco pede atenção para não sujar a roupa tomando um leite com achocolatado, por exemplo. "Se você sujar a roupa e for domir, com certeza vai levar bactérias para a cama", afirma.
A roupa de cama tem que ser trocada diariamente. Os travesseiros, usados por muitas pessoas durante anos, devem ser descartados após seis meses de uso, principalmente os feitos com penas de ganso, material orgânico que atrai ácaros.
Já o colchão tem que ser exposto no sol uma vez por semana ou limpo com uma máquina de vapor. "A limpeza a vapor é muito eficaz, mas o colchão não pode ficar úmido, porque se não novos microorganismos podem aparecer", diz Chavasco.
Informações: Tiago Campos/ G1 Sul de Minas, link: g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/03/dormindo-com-o-inimigo-alimentos-na-cama-aumentam-carga-microbiana.html