Cientista brasileiro morre aos 90 anos

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O cientista brasileiro Otto Gottlieb morreu nesta segunda-feira, aos 90 anos. Indicado ao prêmio Nobel de Química em 1999 e responsável pelo desenvolvimento de estudos sobre a estrutura química das plantas que permitem analisar o estado de preservação de vários ecossistemas brasileiros, o pesquisador implantou o laboratório de fitoquímica da Universidade de Brasília (UnB), criou o laboratório de Química de Produtos Naturais no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), e foi pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde atuou até sua aposentadoria no antigo Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica.

Nascido em 31 de agosto de 1920 na Tchecoeslováquia, hoje República Tcheca, Gottlieb chegou ao Rio de Janeiro em 1939 e aos 21 anos optou pela nacionalidade brasileira. Graduado em Química Industrial pela então Universidade do Brasil - atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - o cientista trabalhou em diversas indústrias químicas do país e do exterior.

Com 660 trabalhos publicados, Gottlieb promoveu uma mudança radical no sistema de organização evolutiva das plantas, passando da classificação pela aparência física dos espécimes para a determinação de similaridade e proximidade evolutiva pela sua composição química. Seus estudos com plantas amazônicas resultaram em aplicações medicinais, fitoterápicas, culinárias e cosméticas.

O cientista deixou esposa, três filhos e onze netos, e faleceu em decorrência de pneumonia. O sepultamento será nesta terça-feira às 12h00, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, no Rio.

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Fonte: O Globo