Projeto “Macrocélula”: uma viagem de descobertas

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Em um espaço interativo, acadêmicos da UNIFAL-MG ensinam como uma célula é formada

Uma viagem de descobertas pelo interior de uma célula. Esta é a sensação proporcionada por um projeto da UNIFAL-MG que acaba de ser lançado pela equipe do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) do curso de Ciências Biológicas.

Vinculado ao Espaço Ciência e Arte, idealizado pela Pró-Reitoria de Extensão com a finalidade de reunir os acervos científicos da Universidade para a pesquisa, divulgação, ampliação e exposição, o projeto “Macrocélula” propõe uma nova forma de conhecer a estrutura celular aos estudantes das escolas do Ensino Médio e Fundamental, como também aos próprios universitários e demais visitantes.

O ambiente é uma sala temática adaptada no Museu da Memória e Patrimônio da UNIFAL-MG. Ali, alunos do curso de Ciências Biológicas Licenciatura e Bacharelado, coordenados pela Profa. Andréa Mollica do Amarante Paffaro, dividiram com os colegas da Ciência da Computação, da Fisioterapia e até com estudantes do Ensino Fundamental, a tarefa de montar uma célula gigante utilizando espumas, isopor, tecidos e tintas fluorescentes, que levou cerca de três semanas para ser finalizada.  A sala representa a célula em 3D ampliada em 100 mil vezes com todas as suas estruturas, e o acesso a ela  ocorre por um portal onde é possível observar detalhes da estrutura do mosaico fluídico da membrana celular com 200 mil vezes de aumento.

De acordo com a Profa. Andréa, a ideia de montar uma macrocélula iniciou em 2012, a partir das vivências dos graduandos de Licenciatura em Ciências Biológicas a respeito da dificuldade que os professores das escolas de Ensino Fundamental encontram em contextualizar o conteúdo do livro didático. Visando facilitar o ensino-aprendizagem de Biologia Celular, a macrocélula foi montada pela primeira vez em uma feira de integração na Escola Estadual Padre José Grimminck, no bairro Pinheirinho de Alfenas - fruto de um projeto integrado entre o Pibid Ciências, sob sua coordenação, e o Pibid Biologia, sob a coordenação da então professora da Universidade, Luciana Resende Allain. Após esta feira e com a fusão dos dois grupos do Pibid, o Pibid Ciências Biológicas, atualmente coordenado pela professora Andréa e professora Luisa Brito, montou a macrocélula em várias outras escolas no município de Alfenas e na região, e aos poucos foi adaptando esta prática a diversas dinâmicas escolares.

Apenas neste segundo semestre de 2015 surgiu a ideia de montar uma macrocélula permanente. “Nós já montávamos uma célula em uma barraca itinerante nas escolas com o Pibid para ajudar nas práticas de Biologia Celular; e com a ideia de fazer o Espaço Ciência e Arte, nossa proposta foi criar esse espaço interativo e permanente, para as crianças das escolas poderem aprender brincando”, contou.

Na sala escura, os visitantes são convidados a se sentar para visualizar estruturas fluorescentes como o núcleo celular com sua cromatina, as mitocôndrias, os lisossomos e todas as demais organelas de uma célula animal. As explicações ficam por conta dos acadêmicos, que realizam dinâmicas a fim de envolver o espectador.

“Nós temos que ter um conhecimento muito a fundo sobre a célula, estudar cada parte, cada organela bem, porque vamos falar para todo tipo de público. Então, temos que adaptar as palavras, o modo de interagir para explicar às crianças e também às pessoas mais velhas. Para cada um você tem que usar uma dinâmica diferente. Isso é muito interessante porque nos ajuda a enriquecer, ainda mais porque pretendemos ser professores”, enfatiza Gustavo Fernando Borges Júnior, do 7º período Ciências Biológicas – Licenciatura.

Gustavo conta que as características da macrocélula ajudam os estudantes a entender melhor o que veem nos livros. “É muito diferente de sala de aula, porque você olha no livro e só vê imagens que às vezes não têm tanta complexidade como dá para visualizar aqui, onde é mais fácil ver que nas próprias lâminas. Então fica mais fácil de assimilar a matéria. É uma experiência única poder ver como é uma célula assim”, afirma.

Em uma das dinâmicas realizadas com os alunos da escola pública, o acadêmico aproveitou o destaque da roupa branca na sala com luz fluorescente da macrocélula para explicar como seria a invasão de um vírus. “O que acontece quando a gente fica doente?”, pergunta Gustavo, simulando para olhos curiosos dos alunos ao redor, que semelhante a alguém de roupa branca na sala, o vírus também é um corpo estranho, que será combatido e que se resistir terminará contaminando outras células.

A sala do projeto Macrocélula foi aberta para visitação no último final de semana no Museu da Memória e Patrimônio, durante as atividades "Uma Noite no Museu" e o "O Museu e a Feira”.

As visitações terão reinício em fevereiro e a macrocélula ficará aberta para visitação pública todo último final de semana do mês, acompanhando o calendário dos eventos "Uma Noite no Museu" e o "O Museu e a Feira”. 

Durante a semana a macrocélula será utilizada para práticas e dinâmicas pedagógicas junto a alunos do Ensino Médio e Fundamental de escolas parceiras do grupo Pibid Ciências Biológicas. Escolas não atendidas pelo programa Pibid, também podem agendar visitas monitoradas pelo grupo através do email amarantepaffaro@yahoo.com.br.