UNIFAL-MG em luta contra o Aedes aegypti

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No combate ao mosquito, Universidade propõe ações integradas com órgãos municipais

Reiterando seu compromisso com o bem-estar da comunidade acadêmica e alfenense, a UNIFAL-MG promoveu nesta terça-feira, 16/02, uma reunião no auditório Dr. João Leão de Faria, com representantes de vários segmentos do município, para discutir ações conjuntas no enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.

Além da presença do reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva, da vice-reitora, Profa. Magali Benjamim de Araújo; da pró-reitora de Extensão, Profa. Eliane Garcia Rezende, e outros integrantes das unidades acadêmicas e administrativas da Instituição, o encontro contou com a participação do prefeito municipal Maurílio Peloso; da secretária municipal de Educação, Kátia Goyatá; do secretário municipal de Saúde, Maurício Durval de Sá; do secretário municipal do Meio Ambiente, John Straus, e da representante da Superintendência Regional de Saúde de Alfenas, Ivana Araujo.

Para explicar o motivo do convite feito aos participantes, o reitor fez um breve relato sobre o momento crítico pelo qual o país está passando em relação à proliferação do mosquito Aedes aegypti e a transmissão das doenças Dengue, Chikungunya e Zika. “De Norte a Sul do país, estamos vivendo um surto dessas doenças com o número de casos aumentando a cada dia em praticamente todas as regiões. A situação de Alfenas não é diferente. Nas últimas duas semanas, visando mobilizar a sociedade, o governo brasileiro intensificou bastante o trabalho de incentivar o envolvimento de todos no enfrentamento ao mosquito ”, afirmou.  

Conforme Prof. Paulo Márcio, a proposta da campanha nacional para mobilização da sociedade civil na eliminação do mosquito envolve principalmente os educadores, por isso, em atendimento à chamada do Ministério da Educação, a UNIFAL-MG reuniu as representações municipais para desenvolver ações integradas. “A área de Educação é uma das áreas mais capilares que existe no país. Não existe um município que não tenha uma escola municipal ou estadual. É uma rede muito ampla, que se for trabalhada e se envolver de fato, consegue espalhar essa mobilização e incentivar as ações preventivas por todo território nacional”, disse.

Na oportunidade, o prefeito Maurílio Peloso apresentou a preocupação do município com os casos notificados em Alfenas. “Nós reconhecemos que a nossa cidade não está 100% preparada para enfrentar o ataque do mosquito. O número de notificações do nosso município é realmente alarmante. Mas nós não silenciamos”, comentou.

De acordo com Maurílio, os trabalhos de prevenção e exterminação ao mosquito estão intensos. Diante do alto índice registrado na cidade, a Secretaria de Estado Saúde disponibilizou um carro fumacê para fazer o bloqueio do mosquito nos bairros em que foram encontrados mais focos. Também uma parceria com o Exército de Três Corações, tem possibilitado a atuação em Alfenas de militares no controle vetorial.

A realidade de Alfenas foi pontuada pelo secretário de Saúde, que destacou ações como a atuação de 140 profissionais capacitados pela Vigilância de Saúde no município; a vistoria em 70% das residências de Alfenas; o incentivo aos laboratórios credenciados pelo SUS para acelerar os resultados de exames dos pacientes notificados; a ampliação do atendimento dos casos nos Prontos Socorros de dois hospitais; ações com a Educação, o Meio Ambiente e a Secretaria de Obras na conscientização da população e limpeza de áreas de risco.

Segundo Maurício, o município está em alerta vermelho com o registro de 890 suspeitas de casos de dengue, mas que uma apuração do índice identificou 90 casos de duplicidades, uma vez que alguns pacientes com sintomas suspeitos são notificados em mais de uma unidade de atendimento. “Acreditamos que há supernotificação, porque como estamos vivendo um momento de epidemia, a equipe notifica os sintomas nas unidades como casos suspeitos, sem que ainda tenhamos definido os critérios que para notificar é preciso identificar mais de três sintomas”, salientou.

Os demais representantes que compuseram a mesa de trabalho na reunião enfatizaram que o envolvimento de todos os setores da sociedade civil é fundamental na busca por sensibilizar a população no combate ao mosquito. Os relatos demonstram que apesar da divulgação maciça pelos meios de comunicação, independente de classe social, a comunidade ainda não tem consciência do tamanho do problema.

A importância da eliminação dos mosquitos foi reforçada ainda pelo professor Luiz Felipe Leomil Coelho, do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da UNIFAL-MG, que foi convidado para comentar o momento vivenciado pelo país.

“A situação é muito mais preocupante do que aparenta”, frisou o professor, que pesquisa a dengue desde 2006, principalmente, nos aspectos genéticos, de diagnóstico e de novas alternativas vacinais.

De acordo com o pesquisador, há algum tempo existia a dengue, mas não eram muitos casos, mas que em três anos aconteceu uma ‘explosão’, com a identificação do aumento do número de casos, inclusive, assintomáticos. “Se a gente tem, por exemplo, 300 casos de pessoas sintomáticas suspeitas, imaginem os assintomáticos que estão circulando pela cidade”, exemplificou.

Para o professor, o pior ainda está por vir. “O número de casos aumentará gradativamente e o pico da doença deverá ser atingido nos próximos dois ou três meses”, ressaltou.  

Manifestando apoio à campanha de mobilização nacional, Prof. Luiz Felipe fez questão de falar que a comunidade científica está engajada em pesquisas e disponível para contribuir muito para todas as ações desenvolvidas pela cidade, pelo estado e pelo país.

O público que participou da reunião interagiu com as autoridades presentes, compartilhando sugestões para melhorar as estratégias de enfrentamento.

Universidade contra o mosquito

Com o objetivo de identificar e prevenir a existência de possíveis focos, a UNIFAL-MG aumentou a varredura nas dependências físicas da Instituição. A equipe do Departamento de Serviços Gerais realiza ações pontuais como a limpeza de caixas d’água; a revisão semanal de calhas pluviais de todas as edificações; a limpeza específica para coleta de possíveis materiais descartáveis, e periodicamente também, a equipe acompanha vistoria dos agentes municipais de Vigilância Sanitária nos campi. 

Atividades com a comunidade acadêmica também estão em andamento. Além de conduzir projetos que trabalham com o tema, a Pró-Reitoria de Extensão tem proposto a discussão de estratégias educativas junto ao Colegiado para intensificar o combate. Material educativo foi elaborado para envolver os estudantes e outras ações têm norteado a atuação, como o Edital Proex 12/2015, voltado para práticas de sustentabilidade, que fomenta a submissão de propostas relacionadas à sensibilização para o enfrentamento do Aedes aegypti.

Nesta sexta-feira, 19/02, está acontecendo mobilização nacional, convocada pelo MEC, que conta com a participação das secretarias municipais e estaduais de educação; das instituições de educação tecnológica e superior; das organizações estudantis e de agentes da educação. “A única força social verdadeiramente capaz de mobilizar o Brasil e enfrentar essa questão somos nós, da Educação”, afirmou o ministro Aloizio Mercadante em reunião realizada no dia 02/02, na qual estiveram presentes, representantes de entidades ligadas à Educação básica, tecnológica e superior. “Se nós olharmos da creche à pós-graduação, do setor público e privado, professores e servidores da educação, estudantes, nós somos 60 milhões de brasileiros organizados por sala de aula. Só na rede pública nós somos quase 200 mil escolas”.

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