Aprígio de Carvalho Júnior - 1947
Texto redigido por Meira Filho, conforme entrevista realizada no dia 20 de agosto de 2013, com Rachel Prado de Carvalho, filha do Professor Carvalho Júnior.
Aprígio de Carvalho Júnior, filho do Sr. Aprígio Gonçalves de Carvalho e de Dona Hermínia Heloína de Carvalho. Natural de Alfenas, Minas Gerais, nascido no dia 15 de maio de 1891.
Casado com D. Rosina Prado de Carvalho, professora, com quem teve os seguintes filhos: José Leal Prado de Carvalho, médico, falecido; Newton Prado de Carvalho, advogado e procurador, falecido; Delvo Prado de Carvalho, engenheiro e Rachel Prado de Carvalho, professora.
Carvalho Júnior cursou a faculdade de Farmácia no Rio de Janeiro.
Foi professor do curso primário, no Grupo Escolar “Cel. José Bento”, de Língua Portuguesa e Geografia, no Colégio Sagrado Coração de Jesus e Colégio de Alfenas.
Na Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA), ingressou na qualidade de professor da disciplina de “Toxicologia”.
Foi eleito pelos seus colegas para exercer o cargo de Diretor nos anos de 1946 e 1947. Em sua gestão, além de outras realizações, propôs que o vice-diretor da EFOA fosse também eleito, evitando-se a convocação do integrante mais antigo do Conselho Técnico Administrativo para assumir o referido cargo. Essa resolução foi aprovada por unanimidade pelos integrantes da Congregação daquela instituição.
Outras atividades:
Vice-diretor do Clube XV de Novembro.
Atividades culturais:
Incentivador da arte, principalmente do teatro. Dirigiu vários grupos de teatro amador em Alfenas e escreveu comédias, as quais eram apresentadas no Clube XV de Novembro. Conforme constatamos nas páginas 85 e 86 do livro de autoria de João Luiz Lacerda - Teatro de 55 Anos - editado em 1998, extraímos o que se segue: “Por sua dedicação ao teatro, Professor Carvalho Júnior recebeu a homenagem dos amadores de Alfenas que deram ao grupo teatral o seu nome - Grupo Juvenil de Amadores Teatrais “Aprígio de Carvalho Júnior”, que atuou de 1953 a 1963. Waldir de Luna Carneiro enalteceu a figura do referido professor, respeitado e admirado pelos seus alunos e pela sociedade alfenense. Em uma de suas crônicas, escreveu: “Foi o meu mestre de geografia e – incrível como pareça – foi em aulas de geografia que o Professor Carvalhinho nos despertou o gosto pelo teatro.” O nome do Professor Aprígio está ligado à atividade teatral com o Grupo “Leopoldo Fróes” e de sua capacidade de dramaturgo em “Expiação fatal” além de outras peças e revistas, juntamente com Altino Luz. Carneiro ainda escreveu: “O melhor mestre é aquele que nos dá o desejo de aprender, ensinando geografia ele ensinava a arte do diálogo. Tudo ensinava: como se conta uma anedota, como se abraça uma personagem no palco; de meninotas acanhadas ele fazia grandes atrizes. Quantas vezes, no nosso teatrinho no Centro Católico, alguém espiando pela fresta da cortina dava o alarme que nos punha nervosos e ansiosos para fazer boa figura: ‘O Professor Carvalhinho está aí!’ E lá estava interessado na peça que escrevíamos, atento ao que falávamos”.
Gostava de música e tocava violino.
Segundo sua filha, compôs marchinhas carnavalescas e adorava dançar.
Faleceu em Alfenas no dia 09 de junho de 1952.
Um grande número de amigos, autoridades, diretores, professores, alunos da EFOA, colégios, demais escolas e ex-alunos compareceram ao seu sepultamento.
Recebeu inúmeras homenagens por sua dedicação à causa do ensino. Assim, teve o reconhecimento de seus méritos por parte daqueles que com ele conviveram.
Ao competente e ilustre mestre Carvalho Júnior, a demonstração de gratidão pela digna conduta, pelo seu trabalho realizado em prol das artes e educação dos jovens. E para ser sempre lembrado, recebeu da comunidade de Alfenas um monumento com o seu busto, em bronze, o qual pode ser visto na Praça Dr. Emílio Silveira, perto da residência de sua família. Nesse monumento há uma placa com os seguintes dizeres:
Ao Professor Carvalho Júnior... Grande pelo saber e pelo muito que transmitiu a sucessivas gerações, em 40 anos de fecundo magistério.
Setembro de 1952.
Colaboração:
Sebastião Meira
Servidor Aposentado da UNIFAL-MG