Jornada 2015
A II Jornada de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL – MG - será realizada entre os dias 25 e 28 de Agosto de 2015. Esse evento tem como tema principal “As crises das modernidades”. O seu objetivo é o de refletir e debater questões relacionadas às transformações da sociedade contemporânea.
Como revela a teoria social desenvolvida por antropólogos, sociólogos, cientistas políticos e demais pensadores das humanidades, a época atual é marcada por fenômenos que representam um divisor de águas com a Modernidade.
Possuindo diversas denominações, como Pós-Modernidade, Modernidade Tardia, Modernidade Líquida, e pensada através de múltiplas perspectivas, a época atual é caracterizada por mudanças significativas provocadas e vividas pelo homem. Algumas dessas mudanças provocam sensações de insegurança e incerteza no que tange às relações macro e microsociais exigindo novas formas de se posicionar e elaborar significados para a realidade social.
É possível argumentar que as transformações pela qual passa a sociedade contemporânea são experimentadas como crise pelos sujeitos que estão inseridos nas mesmas? Nesse sentido, as diversas transformações (econômicas, políticas, sociais e culturais) experimentadas por esses sujeitos são frutos de quais movimentos da sociedade? Quais são as noções e conceitos adequados para explicar as transformações culturais a que ora assistimos?
Podemos afirmar que vivenciamos uma mudança de paradigma, onde o fim do mundo moderno e o advento de um mundo pós-moderno é uma realidade concreta? Ou vivenciamos uma transformação considerada apenas como uma condição histórico-geográfica da humanidade? E por fim, qual seria o compromisso analítico do cientista social frente a essas transformações?
Partindo desses pressupostos e questionamentos, foram pensados três espaços principais de reflexão para compor a II Jornada Científica das Ciências Sociais da UNIFAL-MG. Esses espaços, pensados no formato de Mesa Redonda, ofereceriam aos convidados expositores e comentadores a oportunidade de explorar as questões acima enunciadas conjugando-as com novos questionamentos referentes a um tema específico abordado em cada uma das grandes áreas do conhecimento dentro das ciências sociais.
Nesse sentido a convidada da área de Antropologia abordaria as mudanças da contemporaneidade pelo viés da sexualidade e relação de gênero. Em pauta estaria o movimento de transição, no qual são redescobertos temas antes já conceituados: o que é ser homem, o que é ser mulher, a questão de sexualidade. Há, portanto, uma transformação da construção social da feminilidade e da masculinidade. Sendo assim, que medidas no âmbito das discussões antropológicas sobre gênero e sexualidade, os temas do feminismo, da crise do masculino e transfobia se articulam com a chamada "crise da modernidade"?
O convidado da área de Ciências Políticas abordaria as mudanças da contemporaneidade pelo viés da representatividade e governalibilidade política. Em pauta estaria o debate relativo ao sistema político moderno brasileiro, se existe um desconforto entre os sujeitos, seus representantes e a forma de organizar politicamente a sociedade. Existe então uma crise da governabilidade ou crise do presidencialismo? Ou será que os Estados brasileiros nunca estiveram prontos para as democracias?
A convidada da área de Sociologia abordaria as mudanças da contemporaneidade pelo viés da luta de classes e da nova morfologia do trabalho. Em pauta estaria a problematização do argumento de que na configuração social contemporânea não haveria mais luta de classes. Será possível o fim da mesma ou a crise se encontra no proletariado, fazendo surgir o chamado “precariado”? Existe então um rearranjo entre as classes mundialmente e nacionalmente? Este rearranjo está estritamente ligado à pós-modernidade?