Considerações iniciais
Ainda nos dias de hoje, agentes de risco reconhecidamente prejudiciais são utilizados em locais de trabalho sem nenhum controle, causando poluição ambiental, desconforto, doenças e até fatalidades entre os trabalhadores. Por que tais situações de risco ainda ocorrem? Por que não há o controle necessário?
Mesmo havendo vontade política e motivação para prevenir as doenças ocupacionais pode ocorrer que a exposição que as origina não seja devidamente controlada, por razões que incluem falta de recursos humanos e financeiros, escolha inadequada das medidas técnicas de controle, falta de programas multidisciplinares e sustentáveis, entre outras.
Muitas vezes, quando há constatação de que um determinado processo de trabalho oferece risco, não se pensa em mudar, pois “sempre se fez desta maneira”, e a busca de soluções se restringe às medidas mais clássicas como a ventilação local exaustora e os EPI's (medidas que, aliás, podem ser excelentes, se adequadas para a situação, bem planejadas e implementadas corretamente; de fato, em muitos casos, podem constituir as únicas soluções possíveis). Porém estas medidas podem não ser adequadas a situação, ou não aplicáveis, ou muito dispendiosas (por exemplo, ventilação local exaustora em empresas muito pequenas), ou não são aceitáveis pelos trabalhadores (máscaras em locais muito quentes), com o resultado desastroso de que as pessoas creem que prevenção de riscos é algo impossível ou impraticável e terminam por desistir (o que frequentemente ocorre em pequenas empresas). Antes de estabelecer uma estratégia preventiva, todas as possibilidades devem ser exploradas.
Evitar que os problemas ocorram é sempre mais eficiente do que tentar resolvê-los depois; uma vez que um agente de risco existe, é tecnicamente mais difícil (ou mesmo impossível) e obviamente mais dispendioso controlá-lo.